Arquivo de outubro, 2020

Flor da fortuna na janela do meu quarto.

Chorei ao saber que essa flor é tb conhecida como flor da fortuna ou da sorte…
Eu a coloquei próxima aos retratos de mainha, como forma de dizer a ela o quanto ainda a amo.
Não explanei isso… Mas há duas delas no meu quarto… A que creceu quase o dobro e floresceu foi a que eu pus em mainha… Chorei pq tomar conhecimento do nome da flor e a fama dela me fez entender que o crescimento e reflorescimento exatamente da que ofertei à memória de mainha é uma resposta dela, onde quer que ela esteja, que sempre me amará e que não importa quantas vx as pétalas murchem… Nosso amor sempre vai reflorescer e sempre será lindo como a delicada flor sa fortuna/sorte… Ela deseja a mim isso: sorte e fortuna de amor, afeto, resistência e garra pra continuar a caminhada… Te amarei até meu último suspiro mainha… Só a gente sabe o quanto éramos um pro outro e o quanto nos desconstruimos pra que pudéssemos caber dentro da vida um do outro.
Eu entenderei cada um dos teus sinais, mesmo não estando fisicamente aqui. Porque só a gente sabe o que a gente passou em tantas fases densas da nossa existência. E agora, me mandas mensagens de formas mais belas e diferentes. Te amo! Nenhum câncer na vida irá sucumbir  meu amor por vc.

Ler ouvindo:

NOITE ESTRANHA, GERAL SENTIU – LETRUX: https://youtu.be/xG0fWFU4NsM

Já escreveram muito sobre fome. Mas a fome que quero falar aqui, não é uma fome de comida. É uma fome que, sei lá, me traz angústia mais mental que física. Eu sinto uma fome que incomoda os meus sentimentos e coração. A fome que tenho é uma espécie de fome da alma. Fome de conteúdo. Fome de um amor que, minha pessoa romântica viu em novelas e filmes, mas que sei que não existe na vida real.

Hoje, na minha terapia, eu falei disso com minha psicóloga. Foi uma espécie de revisitação por sentimentos e dores do passado. O insight que tive foi: há pessoas que estão longe e têm realidades diferentes. Isso é o REAL. E eu, minha pessoa; eu batizado por meus pais (rs) as vezes busco e oportunizo pessoas longe porque vivo em busca do utópico. Do sonho. Mas sentimentos meus e alheios são reais. E não se pode colocar os sentimentos próprios e alheios numa “exigência” de sonho ou “perfeito”. A gente, uma hora ou outra vai sofrer com a crueza da realidade.

Talvez, por medo de novas decepções e traumas, eu busco esse “longe” e utópico amor. O consumo de pornografia tb me deixa numa zona de conforto. Por quê? Porque no campo do imaginário e do irreal, do fetiche, tudo é do jeito que mais me convém. Pessoas reais podem me provocar dor e desconfortos diversos. Mas, não dá pra fugir da realidade. Não dá pra ter medo de sair da zona de conforto. Não dá pra não ser vulnerável quando o assunto é se relacionar com o outro, E TÁ TUDO BEM! É ISSO MESMO! É isso que tenho conversado comigo nessa egotrip…

Ler ouvindo She’s all I ever had – Ricky Martin – https://www.youtube.com/watch?v=1XkcHVOoq-U

Faz três meses que ela se foi. Mainha era minha eterna fonte de (des) construção. passamos por tantas coisas juntos, que parece que tive um pedaço de mim amputado.

Vi essa semana algo que a atriz Bel Kutner faz sempre que lembra de sua mãe, Dina Sfat: ela escreve cartas… Bel publicou uma delas em um jornal de circulação grande aqui no Rio de Janeiro. Eu as vezes “reecontro” mainha ouvindo seus LP’s e relembrando dela, com voz soprano, gasguita, cantando muitas das faixas dos discos que me trazem-na por alguns instantes cheio de sentimentos mistos. Sentimentos esses saudosos, chorosos e risonhos com muito afeto e amor envolvido.

Eu, tomado por esse exemplo da Bel Kutner, resolvi voltar a escrever aqui. Sim meu caro leitor, eu sei que estou há muito tempo longe daqui e desse blog. A vida não é para amadores e eu tenho muitas coisas para debruçar nos proximos posts.

Eu sei que tudo tem um tempo. O tempo das coisas chega, não importa de cedo ou tarde. Há coisas que não temos, jamais, nenhuma forma de controlar; O tempo e o destino são duas dessas coisas.

A ordem natural é que as pessoas mais velhas faleçam. Durante anos eu me preparei psicologicamente pra isso. Mas toda preparação parece não ajudar,

Eu sinto falta dela nas pequenas coisas. Mesmo distantes geograficamente, eu morando e vivendo no Rio de Janeiro e ela em Olinda, nos falávamos durante o dia, as vezes 3-4 vezes. Do café da manhã-ida ao trabalho, ao meu retorno pra casa.

O tempo das coisass chega e chega imperativo e tempestuoso, não importa o quão preparado você se torne. Há a sensação de avalanche te levando sem que você consiga fazer nada para se salvar. É um tsunami de sensações.

E a vida precisa seguir, aceitando o tempo das coisas.

Luto não é só sentimento. É verbo.

Nossos olhos: os de mainha e os meus