Novas experiências…

Publicado: 27 de novembro de 2013 em Poesias e sentimentos, Confissões

Depois de dividir com amigos uma casa em uma favela carioca, arrisquei morar só. Ponderei muito essa decisão, mas uma palavra tem martelado em minha cabeça desde que deixei Recife e vim ao Rio: INCONFORMISMO. Essa palavra vem forte… tem vindo forte… Morar na favela é bom. Tem tudo perto: comércio, lojas, condução… Também tem seus problemas: Policiais da UPP fortemente armados, barulho de som dos vizinhos… Confesso que me sentia muito mais seguro na favela… Não pela UPP mas pelos moradores que são “limpeza” com os outros moradores.

Depois de muito tempo parado. Depois de um tempão profundamente reflexivo, voltei a escrever… Tenho pensado no porquê de eu ter vindo ao Rio… Essa reflexão tem me trazido mudanças muito positivas.

Descobri que estou em processo de “adultecimento”. Depois de viver uma adolescência postergada, pois morava e dependia muito de mainha, resovi cortar o cordão umbilical. Não é uma tarefa fácil, pois passar datas comemorativas sem a família, sem a mesa “farta” e as conversas tradicionais de longos anos, é libertador em parte e solitário em outra. Adultecer dói. É como a formação de uma estria em nossa pele. De tanto esticar deixa uma marca ou fissura… Dependendo de como encaramos essa estria, viveremos em função dela ou seguimos adiante… Lidar com as marcas do nosso corpo nem sempre é uma tarefa de fácil assimilação.

Chorei muitos dias. De saudade. De medo. De solidão. Por não saber o dia de amanhã. Por me preocupar em demasia com o futuro sem me deter e fazer o presente.
Chorar alivia… Mas esse choro tem que ser impulso, força transformada para seguir adiante.
Milhares de coisas passam em nossa cabeça quando estamos mais sós. Podemos compreender nossas limitações, sentimentos e medos.
Podemos começar a entender a raíz de muitos desses e outros sentimentos. Com isso combater de forma positivista e propulsora nossas inquietudes para que consigamos caminhar mais alguns passos cotidianamente

Deixe um comentário